Sobre a saúde da população LGBTQIA+, sabe-se que a produção científica ainda é relativamente pequena no Brasil. Entretanto, já há trabalhos que mostram que, quando comparadas à população em geral, essas pessoas estão sujeitas a um maior risco de desenvolverem diversos problemas de saúde. Isto está possivelmente relacionado a situações de estigmatização e por viverem constantemente com o estresse social causado no seu cotidiano, seja pessoal ou profissionalmente. Aliado a isto, grande parte dos profissionais desconhecem especificidades no cuidado desta população, o que pode limitar de forma significativa a resolutividade das suas diferentes demandas em saúde.
Um das questões a serem levadas em consideração é a dificuldade de comunicação que pode existir entre o profissional e a pessoa LGBTQIA+. Uma situação tão natural como a comunicação pode, de certa forma, representar uma das faces dos diversos tipos de violência às quais estas pessoas estão submetidas, que estão presentes em vários campos da vida e aumentam a vulnerabilidade a problemas de saúde como sofrimento mental (depressão, ansiedade, suicídio, estresse, transtornos alimentares, abuso de álcool, tabaco e outras substâncias), doenças crônicas (cardiovascular, câncer), infecções sexualmente transmissíveis e exposição a diversas formas de violência (social, doméstica, no trabalho, na escola e suicídio).