Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Saúde Mental é o “estado de bem-estar em que o individuo tem consciência da sua capacidade de manter atividades produtivas, construir e manter relações gratificantes com outras pessoas, de se adaptar à mudança e de lidar com a adversidade”.
Os transtornos mentais, como depressão e ansiedade, são um desequilíbrio na capacidade da pessoa em manter este estado de bem-estar, que pode ser motivado por diferentes causas. Acabam por trazer consideráveis prejuízos para a pessoa acometida, além de custos socioeconômicos, tornando-se uma das principais causas de incapacidade emtodo o mundo. Diversos fatores podem estar na origem dos transtornos mentais, os quais interagem entre si e se manifestam através de alterações da interação interpessoal, do comportamento e da subjetividade pessoal, o que, em casos graves, é vivido com muito sofrimento para o indivíduo e para sua família.
O diagnóstico dos transtornos mentais baseia-se essencialmente numa boa conversa com a pessoa, na qual os elementos que permitem identificar um possível transtorno são identificados por um profissional capacitado. Muitos dos tratamentos baseiam-se na escuta e no diálogo com o doente, e os Médicos de Família e Comunidade desenvolvem competências no seu processo de formação para entrevistar o doente, avaliar o seu estado mental e estabelecer uma relação terapêutica efetiva, que permita identificar uma situação de risco no momento certo.
O Médico de Família pode ser o primeiro contato da pessoa que necessita de cuidado com um serviço de saúde, seja ele público ou privado, prestando um atendimento de proximidade e promovendo o tratamento e a articulação com outras especialidades quando necessário. Através de uma abordagem holística, integrada e centrada na pessoa, o Médico de Família encontra-se numa posição que favorece o diagnóstico precoce de doentes com transtornos mentais, além de assegurar amplamente os cuidados necessários.